2/08/2014

O inferno dos gatos… e o nosso!


Para quem não sabe, sou a feliz dona de dois gatinhos, um simpático e outro nem por isso.
O simpático, Acácio, tem quase um ano e meio e foi resgatado da solidão de uma gaiola no consultório veterinário. Era o último de 3 irmãos que já tinham sido adotados. O Alfredo foi desviado de um lar acolhedor e também era o último de 3 irmãos que já tinham sido adotados.


Um dos objetivos da adoção do Alfredo era fazer companhia ao Acácio que, por falta de um semelhante com quem brincar, passava a vida a saltar para a minha cabeça de boca aberta, fazendo ruídos estranhos e um pouco assustadores. Antes que eu ou o gato ficássemos birutas de vez, achei que ele bem podia entreter-se com a cabeça de um felino pequeno e branquinho (o Alfredo).

Passados uns dias de adaptação, em que eu e o Vinil nos assegurámos de que o Acácio não ia engolir o Alfredo (apenas jogar à bola com o corpo dele pela casa toda, ignorando os seus estridentes e agudos guinchos), deixámo-los juntos a usufruir da sua promissora amizade.
Passaram os meses e os gatos tornaram-se tão unidos que o Alfredo não nos ligava nenhuma; pensando que o Acácio é a mãe e, não só dorme enroscado nele como ainda mama no outro como se nada fosse.

Tudo decorria, como podem ver, com relativa harmonia e serenidade.
Nunca os castrámos porque o Acácio já tinha passado por alguns cios sem problemas e não tínhamos motivos para acreditar que com o Alfredo fosse acontecer de forma diferente.
Até ontem.

Depois de um agradável jantar em família regressámos a casa, descontraidamente, para a encontrar transformada num cenário de guerra violentíssimo.Tínhamos ficado fora perto de 3 horas, como de costume. Logo  que entrámos, ouvimos uns ruídos assustadores de gatos a lutar. Pensei logo que tinha entrado um gato estranho em casa. Não era a primeira vez que isso acontecia e era essa a única explicação plausível para a chinfrineira que se ouvia

Depois… o cheiro. Quase indescritível, algo parecido com uma pocilga com 100 porcos juntos, que não é lavada há meses. Corremos para a cozinha perante um cenário horrível de cóco, chichi e tufos de pelo amarelo. Já meio horripilados, encontrámos o Acácio encolhido num canto da cozinha e o Alfredo, que tem 8 meses e é bem mais magro e pequeno, com o pelo todo erríçado e a emitir ruídos alienígenas.

Separá-mo-los sem problemas, espantando o Alfredo para outro local da casa. Felizmente, eles não são minimamente violentos connosco. Para tentarmos perceber de onde tinha saído aquele sangue, eu fiquei a inspecionar o Acácio e o Vinil o Alfredo.

Totalmente desesperada, pus-me a tentar acalmar o Acácio, que tremia muito e estava apavorado. Vi que tinha uma unha aberta e uma arranhadela na orelha. À parte disso, estava coberto do seu próprio chichi e cocó. Estava, literalmente, todo cagado de medo e soltava um cheiro horrível que nunca tinha sentido antes.
O Vinil deparou-se com um gato zangado mas bem de saúde.  Como brinde, calhou-lhe também um monte de cagada no chão e paredes, uma grande mijadela mais ao lado, e um mar de pelos pelo corredor.

Ficámos em estado de choque: O Acácio tinha levado uma valente tareia do Alfredo.




Com um humor de cão, enfiei o Acácio na banheira onde, vigorosamente, lhe esfreguei aquele fedor com champô de maçã, enquanto o Vinil limpava o corredor e a cozinha com lixívia. 

Felizmente, o corredor da casa tem uma porta ao meio e conseguimos separá-los em locais diferentes. Ainda tentámos uma aproximação cautelosa mas, assim que o Alfredo cheira o Acácio, fica maluco.




Hoje de manhã, fomos ao veterinário para castrar o Acácio. Segunda-feira vai o Alfredo.

Demorou apenas dez minutos e agora o Acácio está molinho, mas nada abatido, a convalescer na sua caminha. 
Mas porque é que não os castrei logo?!!!!
Neste momento estou a ponderar aproveitar o balanço e arrancar-lhes também as unhas, os dentes, as cordas vocais… #not






PS: Estou um pouco aborrecida mas devo sublinhar que adoro os meus gatos, até o imbecil do Alfredo cuja única vantagem era ser muito chegado ao Acácio. Fora isso, costuma divertir-se a fazer disparates o dia todo para além de nos acordar todas as manhãs, qual galo pelas 6h00, com uns miados irritantes, contínuos e altíssimos.




1 comentários:

Raquel disse...

Que filme de terror... e dos mais assustadores!! :0
Os nossos gatos nunca param de nos surpreender, o problema é que mais vezes pela negativa do que pela positiva :)
Agora tou curiosa para saber o desfecho... Depois dá a tua opinião sobre as mudanças pós-castração. Bye