No regresso da caminhada de uma hora pela marginal de Ponta Delgada, estava a passar no largo da Igreja Matriz e vejo, sentado num banco, um jovem casal de turistas, ambos de cabelo cor de avelã, ele com uma barba ralinha que o fazia parecer ainda mais jovem, os dois muito bem parecidos, entretidos a olhar para um computador portátil que ele tinha no colo.
Enquanto passava por eles, de fones nos ouvidos, pensei que representavam um belo adorno na minha paisagem, ficavam bonitos no meu campo de visão, naquela luz do anoitecer, misturada com a iluminação da Igreja Matriz.
Depois, pensei que, às tantas, como turistas que eram, curiosos certamente em relação à população local, eu própria podia ser um adorno na paisagem deles.
Com este sábio pensamento em mente, pus-me a caminhar com um ar mais desportivo.
Começo a subir a rua quando vejo sair de uma porta à minha esquerda uma mulher alta e loura, a envergar um vestido comprido e justo, todo de lantejoulas douradas e a segurar uma taça de champanhe.
Perante o peso desleal deste tipo de concorrência percebi logo que a minha carreira de adorno para turistas acabava ali.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário