5/30/2015

Educar com Amor

                           
     
                                    
   
Estou a ler um livro excecional do pediatra Mário Cordeiro.
Foi-me recomendado e emprestado por uma amiga que também se interessa bastante pelo tema da educação, ou não tivesse um amoroso filho de dois anos.

Estou completamente maravilhada com o excecional talento para a comunicação deste médico mas não só. Estou maravilhada com o discurso humanista, a roçar o filosófico deste livro.

"Educar com Amor" não é um manual prático de educação. Não é uma fórmula para educar de acordo com as regras estabelecidas e aceites socialmente.

Este livro é um convite à reflexão sobre o mundo em que vivemos e sobre o mundo que nós somos. Mário Cordeiro faz-nos refletir sobre o que somos, o que gostaríamos de ser e a forma como nos movimentamos nesta peça de teatro sem direito a ensaios, que é a vida. 

Logo nas primeiras páginas, o autor faz-nos entender que a melhor forma de educar uma criança é sendo o seu melhor exemplo, vivendo, acima de tudo, de acordo com uma ética humanista que valoriza o afeto, a empatia, a tolerância e a responsabilidade.

Ser-me-ia impossível transcrever uma frase do livro que goste mais porque são mesmo muitas por isso, deixo a última que li:

"A empatia é a capacidade de sentirmos em nós as razões e o sofrimento dos outros. A falta dela, resultando em indiferença, é uma das maiores causas das agressões aos direitos dos outros e dos
comportamentos eticamente errados."

Gosto deste excerto porque fala de algo extremamente importante e, ao mesmo tempo, tão difícil de colocar em prática. É tão mais fácil atacar e criticar o comportamento dos outros do que colocarmo-nos no lugar deles... Fazemos isso todos os dias, nem que seja mentalmente. Basta lembrarmo-nos dos recentes casos de bullying que surgiram nas redes sociais, em que milhares de pessoas se sentiram cheias de genica para "apedrejar virtualmente" meia dúzia de adolescentes que tiveram um comportamento bastante violento em relação a um colega. 
Movemo-nos demasiado com um combustivel de medo e de raiva. Seria agradável e proveitoso começarmos a substitui-lo pela empatia e pelo amor.

Devo dizer que estou agora a tentar praticar a empatia de uma forma mais convicta. O preconceito, a raiva fácil, a critica afiada e rápida, estão presentes na minha mente a toda a hora. Simplesmente, começo a perceber que existem alternativas capazes de contribuir de uma forma mais eficiente para a minha felicidade e para a felicidade dos que me são próximos.

Recomendo esta leitura, como atividade muito agradável, a todos: pais, filhos, irmãos, tios, padrinhos, avós, amigos e todos os outros que são, certamente, importantes na vida de alguém.
Em última instância, somos todos um exemplo para os outros.

5/26/2015

Amanhã começo a dieta

Mas hoje vou comer isto.

      
  
Amanhã começo a caminhar na hora de almoço. 
E a fazer yoga regularmente. 
E a comer pouco à noite. 
E a controlar a glicémia duas vezes por semana. 
E a deixar de ser tão ansiosa. 
E a aprender a cozinhar comida deliciosa e saudável.
E a deixar de ler e comer ao mesmo tempo.
E a deixar de petiscar amendoins à noite.
E a ocupar-me cada vez que sentir uma vontade compulsiva de comer. 
E vou deixar o trigo. Gradualmente. 
E comer mais devagar. 
E vou estar mais presente e consciente. 
Amanhã.
Hoje vou papar um hambúrguer bem grande.

5/24/2015

Kurt Cobain - Montage of Heck





Ver este documentário não foi ideia minha. Mas devia ter sido.
Adorei! É, certamente, um dos melhores documentários que vi, até hoje.

Gosto de Nirvana, não acho que seja uma banda excecional, mas gosto muito de várias músicas. Gosto das letras das músicas. Gosto da honestidade daquilo que o Kurt escrevia.
Não o admirava, nem quando era mais nova e o que ele dizia descrevia o meu estado de espírito permanente. Identificava-me com ele mas não o admirava mesmo nada. Ele percebia o mundo de determinada forma mas, e depois? 
Também não tenho nada contra a pessoa que ele era. Acho apenas que era uma pessoa demasiado sensível, para o melhor e para o pior.

O documentário é extremamente interessante. A forma como está dirigido é excecional. Imagino que, para quem seguiu de perto a sua carreira, seja ainda melhor mas, mesmo para quem não gostava especialmente do Kurt Cobain, é um bom documentário.
Fez-me sentir como uma criança que descobre o melhor dos tesouros num sótão antigo.

É um documentário sobre um homem. Sobre o que ele era em si e não sobre o que ele representava. Claro que, contendo muitas imagens cedidas pela família, certamente que contam a história que querem que seja contada. Mas, eu acredito nesta história mais do que em qualquer outra. Acredito mesmo muito, que este documentário é fiel à pessoa que era Kurt Cobain. 

Não é um documentário pesado, nem polémico, nem chocante. 
Tem imagens inéditas, do arquivo pessoal da família de Kurt que o mostram em toda a sua humanidade. 

Começa logo de uma forma avassaladora: com uma criança loura, linda e com um ar feliz a dizer: "I am Kurt Cobain". Como não gosto de chorar nos filmes, principalmente logo nos primeiros minutos, fartei-me de piscar os olhos com força antes que se transformassem em chuveiros com a potência máxima!

O que vem a seguir é a história de um rapaz narrada por ele próprio, ilustrada por imagens reais intercaladas com uma banda desenhada magnífica. 

Recomendo muito.

5/23/2015

Uma agenda de edição limitadíssima

                               
     
Sempre quis ter um objeto de edição limitada e nada como fazê-lo eu própria com as minhas mãos de fada.
Não foi bem isso.
Precisava de uma agenda. Comprei uma, bem baratinha, numa loja chinesa. Era feia que doía.
De modo que a forrei com feltro. E depois decorei-a com quadrados tortos.
Bem... Não está uma obra-prima mas é macia. :)

5/21/2015

Aborrecimentos relativos

Imagem daqui.

Nos dois últimos dias, a Lara tem acordado pouco depois das 6 da manhã.
Hoje, resolvemos acordar os dois com ela e despachar o jantar. Assim, sempre podíamos usar as duas horas livres que temos à noite para fazer qualquer coisa que não seja estar enfiados na cozinha a cozinhar e a limpar quase até à hora de deitar.
Coloco então a bimby a trabalhar, cheia de legumes, para fazer sopa, e o Milton põe a cafeteira no fogão.

Passados 3 minutos, olho para a bancada e vejo o frasco do açúcar fora do lugar... Chego logo à interessante conclusão de que tinha colocado açúcar, em vez de sal, na sopa. Toca a tirar tudo da bimby (felizmente os legumes ainda estavam crus) e a passar por água.

O Milton mostrou-se bastante preocupado com a situação, sendo que nos últimos tempos tenho tido uns "lapsos" de gravidade mediana. Tive que concordar com a sua preocupação e eu própria fiquei com algum receio de estar a ficar esgotada mentalmente.

Nisto ele inclina a cafeteira sobre uma chávena e percebe que o que estava no seu interior era claro demais para ser café. Era apenas água.
Parece que o esgotamento assiste a todos nesta casa.

Já a caminho do trabalho, estava a lamuriar-me mentalmente sobre o meu cansaço, quando passa por mim uma senhora que costumo encontrar várias vezes, pelas 8h00 da manhã. Ela estava com um ar realmente cansado enquanto, com um passo apressado, empurrava um carrinho com uma menina de uns 2 anos e, num canguru ao peito, transportava um bebé pequeno. Caminhar "nestes propósitos" pelos passeios muito estreitos das também muito estreitas ruas do centro de Ponta Delgada, é um verdadeiro desporto radical.

De modo que silenciei as minha lamúrias mentais imediatamente.

5/13/2015

Taken 1 ou o filme de ação perfeito para nervosinhos



Andava à procura de um bom filme de ação para ver no fim de semana e eis que calhou ser o "Taken".
Já tinha ouvido falar bem do filme e gosto bastante do Liam John Neeson, razões mais do que suficientes para lhe dar uma oportunidade.

A história é simples: um ex-agente secreto, Bryan Mills, vê a sua filha de 17 anos ser raptada por poderosos traficantes de mulheres. Brian, completamente sozinho, tem algumas dezenas de horas para a encontrar, antes que seja tarde demais e perca o seu rasto para sempre.

Gostei do filme e recomendo-o fortemente a cardíacos que gostem de ver um bom thriller de ação.
É que, neste filme, existe mesmo muita ação, e da boa mas, nada que nos instigue a exclamar involuntariamente frases como: "Saí daí pá!!!", "Dá-lhe 20 tiros meu grande tanso!!!!", "Esfola-o todo!!! Já!!!", "Arrebenta com ele palerma; senão ele vai atrás de ti!", "Saí daí porra! Vai por ali meu asno!", "Caramba! Que nervos!!!! Mata-o!!!!!".

Não. neste filme não se incita o espectador a gemer de nervos. Aqui, o nosso herói sabe bem o que fazer. Não comete erros ou deslizes, não hesita e nunca se engana no caminho. Aqui é sempre a seguir em frente e a fazer uma limpeza! Cada tiro, são três melros abatidos.

Quem não quer saber o que se vai passar deve parar de ler agora mesmo porque vou relatar o filme em duas frases.

"ONDE ESTÁ A MINHA FILHA????" "BANG BANG BANG"

É. Foi muito isto.