Foi-me recomendado e emprestado por uma amiga que também se interessa bastante pelo tema da educação, ou não tivesse um amoroso filho de dois anos.
Estou completamente maravilhada com o excecional talento para a comunicação deste médico mas não só. Estou maravilhada com o discurso humanista, a roçar o filosófico deste livro.
"Educar com Amor" não é um manual prático de educação. Não é uma fórmula para educar de acordo com as regras estabelecidas e aceites socialmente.
Este livro é um convite à reflexão sobre o mundo em que vivemos e sobre o mundo que nós somos. Mário Cordeiro faz-nos refletir sobre o que somos, o que gostaríamos de ser e a forma como nos movimentamos nesta peça de teatro sem direito a ensaios, que é a vida.
Logo nas primeiras páginas, o autor faz-nos entender que a melhor forma de educar uma criança é sendo o seu melhor exemplo, vivendo, acima de tudo, de acordo com uma ética humanista que valoriza o afeto, a empatia, a tolerância e a responsabilidade.
Ser-me-ia impossível transcrever uma frase do livro que goste mais porque são mesmo muitas por isso, deixo a última que li:
"A empatia é a capacidade de sentirmos em nós as razões e o sofrimento dos outros. A falta dela, resultando em indiferença, é uma das maiores causas das agressões aos direitos dos outros e dos
comportamentos eticamente errados."
comportamentos eticamente errados."
Gosto deste excerto porque fala de algo extremamente importante e, ao mesmo tempo, tão difícil de colocar em prática. É tão mais fácil atacar e criticar o comportamento dos outros do que colocarmo-nos no lugar deles... Fazemos isso todos os dias, nem que seja mentalmente. Basta lembrarmo-nos dos recentes casos de bullying que surgiram nas redes sociais, em que milhares de pessoas se sentiram cheias de genica para "apedrejar virtualmente" meia dúzia de adolescentes que tiveram um comportamento bastante violento em relação a um colega.
Movemo-nos demasiado com um combustivel de medo e de raiva. Seria agradável e proveitoso começarmos a substitui-lo pela empatia e pelo amor.
Devo dizer que estou agora a tentar praticar a empatia de uma forma mais convicta. O preconceito, a raiva fácil, a critica afiada e rápida, estão presentes na minha mente a toda a hora. Simplesmente, começo a perceber que existem alternativas capazes de contribuir de uma forma mais eficiente para a minha felicidade e para a felicidade dos que me são próximos.
Recomendo esta leitura, como atividade muito agradável, a todos: pais, filhos, irmãos, tios, padrinhos, avós, amigos e todos os outros que são, certamente, importantes na vida de alguém.
Em última instância, somos todos um exemplo para os outros.