11/12/2014

Traulitadas noturnas


   
         

    
A noite não estava a ser fácil para o vinil. A bebé acordava de hora a hora desde as 2h da manhã. Já lhe tinha dado papa, já a tinha embalado, já tinha feito o pino e ela continuava a acordar.
Eu encontrava-me especialmente encalorada nessa noite. Aquele edredão de aquecimento estava a fazer-me suar a pele e os ossos, de modo que não conseguia parar de me mexer: ora tirando o edredão porque estava a derreter de calor, ora voltando a puxá-lo porque afinal já estava a ficar frescote.
O vinil estava que não podia e uma dor miudinha começava a crescer no seu cérebro que, já há algumas horas estava feito em gelatina (gelatina mole, daquelas que esquecenmos de por no frigorifico) .
Sucede que, justamente quando o vinil estava a ruminar este sentimento de absorção ao contrário, o gato lembra-se de iniciar a sua irritante mania noturna de trepar por nós acima e acomodar-se mesmo em cima da nossa cara. De modo que quando se encostou ao nariz do vinil, ele encontrou ali uma excelente oportunidade de desanuviar um bocadinho: aplicando uma valente bofetada no gato que o fez chiar e voar para os pés da cama em menos de meio segundo.
Na impossibilidade de descarregar a sua frustação nas verdadeiras causadoras da mesma, sobrou para o gato.


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