4/26/2013

Breaking Bad – Uma das melhores séries da década



Sou uma papa-sériesassumida.
Já experimentei quase de tudo, desde “Ghost Whisperer”, “Medium”,“Californication”, “The Office”, “ER” e muitos outros. Estes foram, sem duvida,as más experiências. As séries que usava para matar o tempo quando não haviamesmo nada mais interessante para fazer.

Depois, com o tempo, aexperiência, a sorte e alguma pesquisa vieram as séries boas.  E a vontade de as ver pelo enredointeressante, personagens viciantes e a curiosidade irresistível de ver por quecaminho iria seguir a mente criativa do guionista.
Algumas séries acabarampor se revelar simplesmente deliciosas, uma mistura perfeita entre a qualidadetécnica e a imaginação.

Neste momento, a minhapreferida é a “Breaking Bad” na qual tropecei por acaso. Estava a experimentarvárias séries,  deixando algumas noterceiro ou quarto episódios,  eesta foi apenas mais uma no meio das outras.
Agarrou-me logo nosprimeiros segundos pela originalidade e qualidade das primeiras cenas. No meiodo deserto dois homens, de cuecas e com máscaras para gases tóxicos no rosto,conduzem a toda a velocidade uma velha roulotte. Entretanto despistam-se e saida roulotte um dos homens: um senhor de 50 anos, bigode e um ar de professorrespeitável, não fosse a sua expressão confusa e a sua inusitada indumentária.
A história é a de umprofessor de química de personalidade apagada que descobre que tem cancro.Antes de morrer,  para deixar ofuturo assegurado à  mulher grávidae aos filhos, envolve-se num negócio de produção e venda de metanfetaminas comum antigo estudante.

O que podia ser umahistória mais ou menos banal e violenta - já se reproduziram tantas históriassobre drogas – transformou-se num empolgante thriller psicológico, com um guiãofantástico e interpretações que não o deixam ficar mal.
Walter, o patéticoprofessor de química que lava carros no tempo livre para sustentar a família,sofre uma transformação brutal ao longo da série, envolvendo-se num mundo ondesó os mais experientes e cruéis criminosos sobrevivem.  Com um talento natural para a química euma inteligência emocional que, à medida das necessidades, se transforma numcalculismo frio e extremamente eficiente, Walter transforma-se numa pessoa quenem ele próprio consegue reconhecer ou controlar.

De tudo o que a sérietem de extraordinário gosto especialmente do confronto interior de Walter nasprimeiras vezes que tem que matar alguém e, na forma como esse sentimento sevai diluindo com a repetição.
A relação de Walter como ex-aluno, que costumava gozar com ele durante as aulas e constituía tudo oque o professor considerava desprezível, é também, um dos pontos mais fortes dasérie. O afeto verdadeiro que Walter passa a dedicar ao companheiro de crimes,torna-se, muitas vezes, o único sinal de que ainda existe humanidade no seu espírito.

0 comentários: